Livro: PSICOSE - Robert Bloch

Precisamos falar sobre Kevin Norman Bates.

Resenha Último Ato!

• Título: Psicose
• Título original: Psycho
• Autor: Robert Bloch
• Editora: Darkside
• 256 Páginas
• Edição Limitada – 2013

Sinopse:

Psicose, o clássico de Robert Bloch, foi publicado originalmente em 1959, livremente inspirado no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e se vestia com roupas femininas.
O livro teve dois lançamentos no Brasil, em 1959 e 1964. São, portanto, quase 50 anos sem uma edição no país, sem que a maioria das novas gerações pudesse ler a obra original que Hitchcock adaptou para o cinema em 1960. A DarkSide orgulhosamente tem o prazer de reparar este lapso, em julho de 2013, com o lançamento de Psicose em versões brochura (classic edition) e capa dura, limited edition que incluirá um caderno especial com imagens do clássico de Hitchcock.

Uma história curiosa envolvendo o livro é que Alfred Hitchcock adquiriu anonimamente os direitos de Psycho e depois comprou todas as cópias do livro disponíveis no mercado para que ninguém o lesse e, consequentemente, ele conseguisse manter a surpresa do final da obra.
Em Psicose, Bloch antecipou e prenunciou a explosão do fenômeno serial killer do final dos anos 1980 e começo dos 1990. O livro, junto com o filme de Hitchcock, tornou-se um ícone do horror, inspirando um número sem fim de imitações inferiores, assim como a criação de Bloch, o esquizofrênico violento e travestido Bates, tornou-se um arquétipo do horror incorporado a cultura pop.

Norman Bates é um homem solteiro de meia idade, que está à frente do motel da família, o Bates Motel há muitos anos. Agora o movimento do Motel não é mais como antes: devido a construção de uma estrada nova maior e de melhor acesso, a estrada antiga que leva a hospedaria não é mais tão usada. Seu hobby é a taxidermia, ele gosta de empalhar animais, embora não os cace.

Ele tem uma ligação muito forte com sua mãe - ela é super protetora e tem tamanho controle sobre Norman que ele chega a ser submisso às vontades e ordens dela, submisso e dependente ao mesmo tempo.

Sua rotina de cuidar das obrigações do Motel - e sua rotina de leitura, inclusive - é virada de cabeça para baixo quando aparece Marion Crane, uma mulher que roubou 40 mil dólares de seu chefe, na tentativa de pagar a dívida de seu noivo que mora longe para que assim pudessem se casar mais rápido. Em sua fuga, cansada e enfrentando uma chuva tremenda, Marion acaba errando a estrada principal e encontrando no Motel de Norman.

Sem ter como prosseguir a viagem, Marion decide se hospedar pela noite e terminar o que planejou logo de manhã. O que ela não sabe é que esta noite vai mudar todo o rumo de sua vida.

Imagem: @annymourac

A irmã de Marion, Lila, preocupada com seu desaparecimento - e já sabendo do roubo do dinheiro - vai até Sam, (noivo de Marion), imaginando quais seriam os planos dela para o dinheiro. Mas ao não encontrar a irmã por lá, começa a temer pela sua vida. 

O filme adaptado por Hitchcock está na minha lista de filmes favoritos da vida, e por já conhecer o desfecho da história - que foi mais fiel ao livro impossível - eu consegui devorar cada pedacinho de "pista" sobre a personalidade de Norman Bates. Já fiz um estudo de caso na faculdade sobre a psicose toda envolvida, e por incrível que pareça, não usei da psicanálise como base. Eu bem gostaria muito de ter gravado para rever depois. Enfim, de volta à história.

Cada personagem tem seu papel na história, uma personalidade forte - determinada no caso de Lila, receosa e preocupada como vemos em Sam - mas tudo se liga no final. Tudo se conecta a Norman e à psicose em si.

Os livros de Bates já nos contam um pouco sobre como foi essa transição dele de criança para adulto. Vemos o teor de seus pensamentos, o modo como fala/age, a todo momento dando sinais de problemas, do mundo isolado que é sua cabeça. O sofrimento psicológico e uma rigidez desnecessária na criação transformam as pessoas, e muitas vezes o resultado não é tão bom quanto se espera.

Psicose, o filme. Imagem: Giphy.

Para quem não conhece a história, pode ir sem medo. Ela promete e entrega um plot twist e um final surpreendente. A todo momento vinham imagens do filme na minha cabeça, e repito, Hitchcock foi fiel muito fiel à história original, e isso foi maravilhoso. Esta edição exclusiva e limitada da Darkside com fotos do filme e diagramação incrível nem me deixou ver o tempo passar enquanto lia - e depois me fez claro, ficar triste porque o livro acabou rápido demais.

Há o questionamento de até onde o que aconteceu foi culpa de Norman Bates de fato. O livro cita o complexo de édipo - inclusive o próprio Norman o cita - e  podemos ver que esta fase claramente não foi suprida. Norman é dependente de sua mãe e de sua psicose, e assim ele torna-se dependente de sua dependência. 

A escrita de Robert Bloch é magnífica e a tradução de Anabela Paiva é fluida e muito boa. Mas é óbvio, Darkside é Darkside né amores. Alô Caveirinha, patrocina a tia aqui, por favor! Hahahaha

Brincadeiras à parte, o livro devia ser obrigatório para todo mundo (desculpa, mas sim haha) assim como o filme. É uma obra de arte maravilhosa que merece ser lida e apreciada. Espero que gostem tanto quanto eu gostei de lê-lo. Agora vou correr e rever o filme por motivos de: quero.

Imagem: Cinema Classico

Então por hoje vou ficando por aqui com mais essa resenha de um livro que se tornou um de meus favoritos. Espero que tenham gostado assim como gostei de fazê-la.

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