Resenha
Último Ato!
- Título Original: Mutiny on the Bounty
- Autor: John Boyne
- Editora: Companhia das Letras
- 494 Páginas
- 1ª Edição – 2009
“Aos quatorze anos de idade, o órfão John Jacob Turnstile perambula pelas ruas de Portsmouth, no sul da Inglaterra, cometendo pequenos furtos. Dois dias antes do Natal de 1787, porém, o que tem início como apenas mais uma delinquência resulta numa série de acontecimentos que mudarão sua vida para sempre. Para escapar da prisão, embarca às pressas num navio da marinha inglesa na função de criado do capitão. Seu plano é fugir na primeira oportunidade, mas o que o aguarda é uma aventura de proporções épicas, na qual não faltarão conflitos entre os membros da tripulação, tempestades, portos exóticos, ilhas paradisíacas e um motim, que acabaria por se tornar o mais famoso da história naval.
Do mesmo autor de O menino do pijama listrado, O garoto no convés é uma empolgante mistura de romance de formação, aventura marítima e reconstituição histórica. É também o tocante relato das descobertas de um adolescente que parte numa jornada perigosa para fugir de um passado traumático.”
Cinco partes
de uma mesma história, com uma sequência incrível e surpreendente: eu poderia
resumir assim esse livro de John Boyne.
O Garoto no
Convés conta a história do famoso barco Bounty, do século XVIII, e sua missão
de colher mudas de fruta-pão para alimentar os escravos do outro lado do
oceano. John Boyne une um romance com a história verídica.
O jovem John
Jacob Turnstile tem apenas 14 anos e na primeira parte do livro conhecemos como
é bravo naquilo que faz. É órfão – não sequer sabe quem são seus pais – e foi
criado por um homem que o dava comida e um lugar para dormir, o que para ele é
suficiente. Porém, esse homem, o senhor Lewis, ensinava à John um ofício que
também passava a todos os garotos que cuidava: o de roubar. Eles teriam tudo,
desde que obedecessem a ele e trouxessem o dinheiro no fim da tarde, junto aos pertences que conseguiam.
Tudo muda de
repente, quando rouba o relógio de um francês após ter uma conversa com o mesmo, e
é capturado pela polícia. O francês tenta ajudar o garoto, mas não consegue
evitar que ele seja levado com os oficiais. John é condenado a dois anos de
prisão em um lugar horrível, e aos 45 do segundo tempo, o francês reaparece com
uma solução: que ele vá navegar no navio Bounty, que tem como capitão William
Bligh – sim! História pura, meus caros.
Assim na
segunda parte do livro temos um relato sobre como foi a viagem de John, indo em
direção às terras que possuem a fruta-pão. Por ser um marinheiro de primeira
viagem, vemos a dificuldade de adaptação de John e tudo que Bligh faz para
poder auxiliá-lo, sem perder nunca a autoridade, e às vezes, “a maldade” em
algumas ordens.
Vemos também,
como é a chegada deles no destino – na terceira parte do livro – e como fazem
para “conquistar” os nativos. John Boyne se mostra fiel à história onde Bligh
poderia ser o culpado por ter "afrouxado as rédeas" enquanto estavam no Taiti,
provocado por isso, as revoltas quando ele simplesmente cortou as asas de todos
para voltar à ordem.
O motim é
realizado e o período de 48 dias em um bote com pouca comida e água potável se inicia. Vemos a bravura de William
Bligh e ainda temos ótimas histórias sobre o capitão Cook, o ícone da história
naval.
O motim no Bounty. Fonte: operamundi.uol.com.br
O livro é
longo, quase 500 páginas, mas eu como apaixonada por John Boyne mal as vi
passar. Ele inclui fatos e romances em um mix leve e instigante, e quando tive
que pausar a leitura por um dia para estudar para as provas que tinha, senti uma saudade da
história que mal conseguia me segurar.
O final é um
amor. Bom, pelo menos fiquei feliz com ele – incluindo a parte que envolve
o senhor Lewis, o que não podia deixar de faltar. John Jacob amadurece de tal
forma no tempo que convive com Capitão Bligh que surpreende e mostra que a vida
realmente precisa colocar umas pedras enormes a fim de que tropecemos, para que só
assim possamos aprender do jeito certo.
Se eu
recomendo o livro? Obviamente sim. É uma história incrível e nos ajuda a
conhecer melhor sobre o que aconteceu com Bounty, Fletcher Christian e os
demais navegadores.
William Bligh. Fonte: surbrook.devermore.net
Citações:
“Nada melhor que o arrependimento e os pedidos de desculpa, mas certas coisas que acontecem na vida de uma pessoa ficam tão impressas na memória e tão gravadas no coração que é impossível esquecê-las. São como um ferrete.” Pág. 147
“Quem tem confiança em si não precisa lembrar os outros do seu status social superior, mas os que não a têm acham necessário nos empurrar isso goela abaixo vinte vezes por dia.” Págs. 180/181
Nota: de 0 a
5 estrelas – 4,8
Onde Comprar:
John Boyne. Fonte: http://www.randomhouse.com.au/
Eu quero muito ler esse livro, mas depois do "Garoto do pijama listrado" tenho medo de chorar horrores.... O final deste livro foi chocante... Adorei sua resenha....
ResponderExcluirO Menino do Pijama Listrado é bem sofrido mesmo, viu... E não tem jeito, John Boyne parece que tem uma missão de quebrar corações kkkkkk Mas super te recomendo, viu? O Garoto no Convés é uma obra maravilhosa.
ExcluirMuito obrigada!!!