domingo, 18 de outubro de 2015

Livro: O GAROTO NO CONVÉS - John Boyne


Resenha Último Ato!
  • Título Original: Mutiny on the Bounty
  • Autor: John Boyne
  • Editora: Companhia das Letras
  • 494 Páginas
  • 1ª Edição – 2009
Sinopse:
“Aos quatorze anos de idade, o órfão John Jacob Turnstile perambula pelas ruas de Portsmouth, no sul da Inglaterra, cometendo pequenos furtos. Dois dias antes do Natal de 1787, porém, o que tem início como apenas mais uma delinquência resulta numa série de acontecimentos que mudarão sua vida para sempre. Para escapar da prisão, embarca às pressas num navio da marinha inglesa na função de criado do capitão. Seu plano é fugir na primeira oportunidade, mas o que o aguarda é uma aventura de proporções épicas, na qual não faltarão conflitos entre os membros da tripulação, tempestades, portos exóticos, ilhas paradisíacas e um motim, que acabaria por se tornar o mais famoso da história naval.
Do mesmo autor de O menino do pijama listrado, O garoto no convés é uma empolgante mistura de romance de formação, aventura marítima e reconstituição histórica. É também o tocante relato das descobertas de um adolescente que parte numa jornada perigosa para fugir de um passado traumático.”

Cinco partes de uma mesma história, com uma sequência incrível e surpreendente: eu poderia resumir assim esse livro de John Boyne.
O Garoto no Convés conta a história do famoso barco Bounty, do século XVIII, e sua missão de colher mudas de fruta-pão para alimentar os escravos do outro lado do oceano. John Boyne une um romance com a história verídica.
O jovem John Jacob Turnstile tem apenas 14 anos e na primeira parte do livro conhecemos como é bravo naquilo que faz. É órfão – não sequer sabe quem são seus pais – e foi criado por um homem que o dava comida e um lugar para dormir, o que para ele é suficiente. Porém, esse homem, o senhor Lewis, ensinava à John um ofício que também passava a todos os garotos que cuidava: o de roubar. Eles teriam tudo, desde que obedecessem a ele e trouxessem o dinheiro no fim da tarde, junto aos pertences que conseguiam.
Tudo muda de repente, quando rouba o relógio de um francês após ter uma conversa com o mesmo, e é capturado pela polícia. O francês tenta ajudar o garoto, mas não consegue evitar que ele seja levado com os oficiais. John é condenado a dois anos de prisão em um lugar horrível, e aos 45 do segundo tempo, o francês reaparece com uma solução: que ele vá navegar no navio Bounty, que tem como capitão William Bligh – sim! História pura, meus caros.
Assim na segunda parte do livro temos um relato sobre como foi a viagem de John, indo em direção às terras que possuem a fruta-pão. Por ser um marinheiro de primeira viagem, vemos a dificuldade de adaptação de John e tudo que Bligh faz para poder auxiliá-lo, sem perder nunca a autoridade, e às vezes, “a maldade” em algumas ordens.
Vemos também, como é a chegada deles no destino – na terceira parte do livro – e como fazem para “conquistar” os nativos. John Boyne se mostra fiel à história onde Bligh poderia ser o culpado por ter "afrouxado as rédeas" enquanto estavam no Taiti, provocado por isso, as revoltas quando ele simplesmente cortou as asas de todos para voltar à ordem.
O motim é realizado e o período de 48 dias em um bote com pouca comida e água potável se inicia. Vemos a bravura de William Bligh e ainda temos ótimas histórias sobre o capitão Cook, o ícone da história naval.
O motim no Bounty. Fonte: operamundi.uol.com.br

O livro é longo, quase 500 páginas, mas eu como apaixonada por John Boyne mal as vi passar. Ele inclui fatos e romances em um mix leve e instigante, e quando tive que pausar a leitura por um dia para estudar para as provas que tinha, senti uma saudade da história que mal conseguia me segurar.
O final é um amor. Bom, pelo menos fiquei feliz com ele – incluindo a parte que envolve o senhor Lewis, o que não podia deixar de faltar. John Jacob amadurece de tal forma no tempo que convive com Capitão Bligh que surpreende e mostra que a vida realmente precisa colocar umas pedras enormes a fim de que tropecemos, para que só assim possamos aprender do jeito certo.
Se eu recomendo o livro? Obviamente sim. É uma história incrível e nos ajuda a conhecer melhor sobre o que aconteceu com Bounty, Fletcher Christian e os demais navegadores.

O Bounty na História
Em 1787 o navio e uma tripulação de 44 homens saiu em direção ao Taiti, para recolher mudas das árvores de fruta-pão. Essas frutas serviriam de alimento para escravos da lavoura na Jamaica.
William Bligh foi designado para comandar a viagem, e seu amigo Fletcher Christian, que já havia feito algumas travessias com ele, foi nomeado para a função de quarto-mestre no percurso da missão. O navio durante a travessia do oceano enfrentou diversas dificuldades, principalmente as tempestades, o que fez com que mudassem a rota.
As condições difíceis de travessia e a falta de disciplina dos navegantes fizeram com que Bligh ficasse cada vez mais duro com todos. O motim histórico no Bounty aconteceu em 28 de abril de 1789, algumas semanas após ter deixado o Taiti com as mudas de Fruta-Pão. 
Bligh e mais 18 homens foram deixados à plena sorte em um bote com nada mais que 7 metros de comprimento, com um suprimento mínimo de alimentos. Passaram 48 dias difíceis racionando comida e água, até que conseguiram chegar na ilha de Timor, indo de lá para Londres como passageiros em outros navios. 
Alguns dos que foram para o Taiti, fugiram para procurar abrigo em um lugar onde a justiça inglesa não pudesse achá-los. Encontraram então uma ilha fora do mapa, batizada de Pitcairn, com mulheres e homens Taitianos. A ilha só foi descoberta por americanos em 1808. Todos os que permaneceram no Taiti foram encontrados, porém só três deles foram condenados à forca.
William Bligh. Fonte: surbrook.devermore.net

Citações:
“Nada melhor que o arrependimento e os pedidos de desculpa, mas certas coisas que acontecem na vida de uma pessoa ficam tão impressas na memória e tão gravadas no coração que é impossível esquecê-las. São como um ferrete.” Pág. 147

“Quem tem confiança em si não precisa lembrar os outros do seu status social superior, mas os que não a têm acham necessário nos empurrar isso goela abaixo vinte vezes por dia.” Págs. 180/181


Nota: de 0 a 5 estrelas – 4,8



Onde Comprar:









John Boyne. Fonte: http://www.randomhouse.com.au/

2 comentários:

  1. Eu quero muito ler esse livro, mas depois do "Garoto do pijama listrado" tenho medo de chorar horrores.... O final deste livro foi chocante... Adorei sua resenha....

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    1. O Menino do Pijama Listrado é bem sofrido mesmo, viu... E não tem jeito, John Boyne parece que tem uma missão de quebrar corações kkkkkk Mas super te recomendo, viu? O Garoto no Convés é uma obra maravilhosa.

      Muito obrigada!!!

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