quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Livro: AUTO DA COMPADECIDA - Ariano Suassuna

Depois de dezoito anos da primeira vez que tive contato com esta obra de Ariano (por meio da adaptação para o cinema, eternizada com as atuações de Selton Mello e Matheus Nachtergaele) eu pude ler a peça de Suassuna inteira. Pensem numa pessoa que se divertiu. 

Resenha Último Ato!
  • Título: Auto da Compadecida
  • Autor: Ariano Suassuna
  • Editora: Agir
  • 192 Páginas
  • 1ª Edição – 2014
Sinopse:
O "Auto da Compadecida" consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".
João Grilo e Chicó são dois rapazes nordestinos que vivem e se sustentam como pode. João é o esperto que sempre dá seu jeitinho para conseguir o que quer e o que precisa, e Chicó, o meio atrapalhado e, como ele diz, bem frouxo.

Com o sonho de ficarem ricos e se vingarem do padeiro e sua mulher que dão as piores condições de trabalho possíveis - bife passado na manteiga para o cachorro e nada para João Grilo! - João e sua esperteza se enfia em toda e qualquer maluquice que aparecer, desde enganar o próprio patrão, o clero, nos cangaceiros e até o próprio Diabo!

Temos grandes cenas como a do testamento do cachorro, o gato que "descome" dinheiro, e a tão famosa gaita que ressuscita, com elementos da literatura de cordel (gênero literário escrito geralmente em rimas e impresso em folhetos) e envolvendo cultura popular com tradição religiosa.

Ariano Suassuna. Imagem: g1
Auto da Compadecida - mais conhecido com o artigo O na frente, "O Auto da Compadecida" por causa do filme de 2000 - foi escrito em 1955 como uma peça de teatro. É um texto leve, muito divertido, que teve algumas adaptações para o cinema, como A Compadecida de 1969, Os Trapalhões no Auto da Compadecida em 1987, a minissérie O Auto da Compadecida de 1999 que virou o filme de mesmo nome em 2000.

Apesar de seus momentos cômicos que são muitos, o texto fala também sobre o sofrimento do homem, a grande fé e esperança das pessoas, o que leva cada um a ser o que é/fazer o que faz. Temos também uma visão sobre a grande seca do sertão e as dificuldades de sobrevivência trazidas por ela. 

É um livro para trazer boas risadas, mas também boas reflexões, e é ótimo para ler de uma sentada só, naquele momento de descontração.

Cena da adaptação de 1999/2000.
É possível notar que personagens existentes na adaptação do início deste século não estão presentes na história do livro, como Rosinha, Cabo Setenta e Vincentão, porém são personagens de outro texto de Suassuna, "A Inconveniência de Ter Coragem".

Em alguns posts aqui no blog já mencionei meu amor por essa peça e o quanto o filme significa para mim. Ainda pretendo fazer um post especial dele por aqui, mas não custa nada falar um pouquinho agora. Os atores desta adaptação de 2000 fizeram um trabalho tão impecável que fica difícil imaginar essa peça encenada por outros atores depois do filme. Talvez seja por isso que cada personagem do livro eu já imaginava com sua respectiva voz, de cada ator. 

A experiência foi muito boa na leitura, e é um livro curtinho e calmo que consegue te divertir e relaxar ao mesmo tempo. Esta edição da Editora Agir está incrível também, a capa linda e as folhas amareladas, diagramação muito boa. Claro que recomendo a leitura!

Por hoje vou ficando por aqui, espero que tenham gostado assim como eu gostei de ler o livro. Boa leitura, e vejo vocês no próximo post!

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13 comentários:

  1. Eu tento não chorar quando vejo o filme, mas é difícil. Hahaha
    Realmente é difícil não imaginar a voz dos atores ao ler o livro (digo isso sem ter lido ainda).
    Obrigado pela recomendação, Anny.

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    1. Quando tiver a oportunidade, o leia, Danilo! Certeza que você vai gostar.

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  2. Quem nunca assistiu milhares de vezes a adaptação dessa obra com Selton Mello e Matheus Nachtergaele e deu as mesmas risadas como se fosse algo inédito? Lembro ainda de criancinha e vendo a mini serie passando na Globo pela primeira vez e assistindo com a minha família. Se tornou como Chaves pra mim, nunca me canso de assistir KKKKKK. Mas com o livro, acabei ficando curioso se nele também tem a mesma sacada do Mercador de Veneza de Shakespeare, do contrato que Chicó faz com o pai da Rosinha, de que se ele não fosse rico pagaria com o seu próprio couro. Belíssima obra!

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    1. É um momento em que a gente começa a revelar a idade, huh Tony? Também me lembro de assistir à serie ainda criança, e depois o filme. Esse livro é maravilhoso!

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    2. Hahahaha. Com certeza, é o momento que mostramos que já temos muitas primaveras. kkkkkkkk

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  3. Minha filha está lendo esse livro pra escola. Mas eu mesma vi foi o filme com Selton Mello e Nachtergaele.

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  4. Eu vi o filme e adorei, ri muito! O livro ainda não li, mas depois de ler o seu post, já coloquei na minha lista de livros que quero ler esse ano!

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  5. Eu amo o Ariano, ele é um ícone de sabedoria imensurável e o Auto da Compadecida é um presente que ele nos deu! Parabéns pela resenha.

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    1. Ele é incrível, adoro as obras dele! Obrigada, amora <3

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  6. Eu li esse livro para a escola. Realmente ele é muito bom e Vale muito à pena... ❤❤❤

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