quarta-feira, 4 de maio de 2016

Filme: A GAROTA DINAMARQUESA - Tom Hooper

Ah! Essa Anny que se emociona com os filmes que assiste. Ah! Esse Eddie Redmayne que também não dá sossego...







Título: A Garota Dinamarquesa
Título Original: The Danish Girl
Ano: 2015
Direção: Tom Hooper
Gênero: Drama/Biografia
119min








Esse filme é uma cinebiografia que conta a história de Einar Wegener, um pintor dinamarquês que é casado com Gerda Wegener. Ele com o tempo se descobre mulher, uma mulher em um corpo de homem. Por ser uma história baseada no que realmente aconteceu, me admira o fato de o filme ter seguido o romance de David Ebershoff e não os diários do próprio Einar - já então atendendo pelo nome de Lili Elbe, para se ter uma visão mais detalhada sobre a história.


Bom, vamos à sinopse. Fica complicadíssimo separar para vocês o que realmente aconteceu do que foi baseado no livro, mas um fato é indispensável ressaltar: Einar foi o primeiro do mundo segundo registros a passar por uma cirurgia de redesignação sexual.

Agora vamos pensar nas condições para este fato na época. Década de 20, tal cirurgia nunca havia sido feita antes. No filme ainda temos contado que ela foi feita com certo sigilo. Bom, não ela, porém ELAS, já que foram feitas 5 cirurgias nessa redesignação.



Einar se casou com Gerda em 1904, ele tinha 21 anos e ela 19. Ambos artistas, ela pintando pessoas e ele paisagens. Tanto o filme quanto a biografia de Einar/Lili contam que ela começou a sentir Lili dentro dela mais profundamente quando sua esposa precisava de uma modelo para posar e não encontrava ninguém, pedindo assim que Einar usasse uns vestidos para que ela pudesse pintá-lo.

No filme vemos muito esse contraste de Lili e sua antiga identidade, quando ela começa a expor-se, a sair de dentro de Einar. Ela abandona a pintura, queixando-se ser parte da vida antiga e que deveria permanecer lá. Podemos ver inclusive como sua esposa reage diante tantas mudanças, ela que ainda ama Einar e que gostaria que tudo acabasse logo.

Quero já falar inclusive da fotografia maravilhosa. A cada momento eu suspirava com os lugares, com a qualidade daquilo que via.

Imagem: Adoro Cinema

Eu prometi que ia segurar um pouco a língua assim que falasse desse filme, e estou conseguindo hahaha mas como é uma resenha e eu preciso falar daquilo que mais me surpreendeu, é impossível deixar de mencionar o Oscar. Definitivamente não há jeito.

Eddie Redmayne para mim surgiu do nada. Digo isso porque vocês devem saber minha preferência pelos filmes antigos. Assisti "A Teoria de Tudo" (que inclusive trarei resenha tanto do filme quanto do livro para vocês em breve) e me vi sentada com o queixo tocando o chão e quase aplaudindo como se estivesse na frente do próprio ator, ao vivo. 

Imaginei que talvez tenha sido sorte ver uma história tão boa com um ator tão bom. Então assisti  A Garota Dinamarquesa e eu apenas quase abracei a TV.

"Ah, mas como assim vai tretar com o Oscar, Anny?" Eu não discuto por premiações nem nada, mas quase perdi umas amizades quando bati o pé dizendo que Eddie devia ter levado o prêmio de melhor ator. Como diria uma professora minha: pronto, falei, to leve.

Nessas conversas que tive sobre Oscar+Redmayne, cheguei a ouvir o argumento: "Mas Eddie já tinha Oscar de ano passado, ta na hora de DiCaprio que não tinha nenhum", e acreditem ou não, cheguei até a escutar o seguinte: "DiCaprio tem que ganhar porque é gostosão" (ai que dor de cabeça). Assistir A Garota Dinamarquesa e lembrar que aquela estatueta muito linda não está na lareira da casa de Redmayne (ele tem lareira?) doi meu coração tanto...

Mas tudo bem, né? Deixa DiCaprio levar. Quem sou eu pra discutir com multidões. - Desculpa de verdade, gente hahaha

VAMOS VOLTAR AO FILME QUE É O QUE IMPORTA AQUI


Fora Eddie, Alicia Vikander fez uma atuação maravilhosa como Gerda. Ela passa a dor que sentia muito fácil pra quem vê, e tem cenas que a tensão é tão grande que não dá pra não ficar inquieta. Gostaria de aplaudir o Oscar que ela levou (eu juro que não vou entrar no assunto do Oscar de novo).

Além de tudo é difícil ver o conflito interno de Einar ao deixar que Lili venha ao mundo. Ele acha que está doente, que pode ser coisa de sua cabeça, e até uns tratamentos fora do comum de tão brutos são tentados. Esse é o retrato do preconceito vivido por transexuais na época, que infelizmente não é muito diferente de hoje. A discriminação continua muito grande, e não devemos de forma alguma nos orgulhar disso.

Devo dizer que um pouco antes de assistir A Garota Dinamarquesa eu vi no YouTube um vídeo de cirurgia de redesignação sexual, era um vídeo mais acelerado, de 7 minutos se não me engano, e definitivamente chocante. É atual, mostra todos os cuidados feitos e tudo o mais, porém não consigo deixar de imaginar como foi feito naquela época, nos anos 1920. A situação pós cirúrgica que Lili aparece no filme mostra bem que não foi tão digamos "tranquila" quanto no vídeo que assisti.

Segundo pesquisas que fiz, no Brasil, para alguém fazer essa cirurgia, é preciso que primeiro tenha 21 anos de idade e faça um tempo de acompanhamento psicológico, se não me engano 24 meses de terapia. Acho super válido principalmente por ser uma cirurgia irreversível, então a pessoa precisa estar totalmente certa disso e dos riscos antes de efetuá-la. O que mais uma vez leva à história de Lili, onde momento nenhum ela teve um acompanhamento similar.


Vamos às premiações:

Oscar 2016

  • Melhor Ator - Eddie Redmayne (Indicado)
  • Melhor Atriz Coadjuvante - Alicia Vikander (Venceu)
  • Melhor Direção de Arte - Eve Stewart e Michae Standishl (Indicado)
  • Melhor Figurino - Paco Delgado (Indicado)
Globo de Ouro 2016
  • Melhor Ator Drama - Eddie Redmayne (Indicado)
  • Melhor Atriz Drama - Alicia Vikander (Indicado)
  • Melhor Trilha Sonora - Alexandre Desplat (Indicado)

Diversas críticas em relação ao filme foram feitas, incluindo o fato de Eddie, um ator cisgenero fazer o papel de um transexual, mas a gente consegue facilmente esquecer essas críticas enquanto prepara a pipoca pra assistir a atuação desse elenco maravilhoso. É um filme de duas horas que não recomendo você mãe ou pai assistir perto dos filhos mais novos.

E por hoje é só meus amores, não façam igual a dona aqui que quase perdeu amizades discutindo por causa de Oscar (hahaha TA BOM NÃO VOU FALAR MAIS DISSO) e nos vemos no próximo post!


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