domingo, 21 de maio de 2017

Filme: UM DIA - Lone Scherfig

Acerta em cheio quem diz que eu não gosto muito dos romances mais vendidos atualmente. Isso não quer dizer que o estilo não me agrade - e vocês vão saber com essa resenha qual tipo de história de romance mais me atrai.





Título: Um Dia
Título Original: One Day
Ano: 2011
Direção: Lone Scherfig
Gênero: Drama, Romance
108 min









15 de Julho de 1988, é neste dia que Emma (Anne Hathaway) e Dexter (Jim Sturges) se conhecem, na festa de formatura da faculdade. Bom, na verdade eles já haviam sido apresentados, mas o jeitão "não estou nem ai" de Dex o fez esquecer do ocorrido.

Acontece que esse dia é um dia diferente onde os dois acabam se envolvendo e dormindo juntos. Claro, só dormindo, porque nada mais rolou pelo desconcerto de Em. É o fim da era da graduação e nenhum dos dois sabem o que pode vir a acontecer no dia seguinte, mas haja o que houver amanhã, o que importa é que tiveram o hoje.


Então, durante vinte anos vemos como a vida de ambos vai mudando, mas sempre no dia 15 de Julho. Tem anos que eles não se encontram nesta data, mas mesmo assim vemos como a vida dos dois está. Entre acertos e desacertos fica difícil imaginar o final. Ou não.

Dex e Em. Imagem: Tumblr
Já vi/ouvi diversas críticas sobre o conteúdo do romance em si. Bom, minha vez de falar e explicar o motivo de eu amar tanto essa história.

Eu já li todos os livros de David Nicholls, o autor de One Day. Uma coisa que sempre me prende em suas histórias, além da forma detalhada que ele escreve (assim como Dan Brown, e eu amo detalhes), David sempre usa referências incríveis na história e o principal: ele fala do dia a dia. A vida como ela é: nua e crua.

Romances com finais felizes temos aos montes. Romances em que tudo dá errado e no fim da certo, nem se fala. É porque a fórmula funciona, é porque vende. Li uma crítica uma vez que dizia que a história de Um Dia é fria, seca, talvez por falta que o autor da crítica sentiu desses momentos "happy ever after" ali. Porém One Day fala da vida real a todo momento, doa a quem doer.

Ao formar na faculdade, muitos pensam estar com a vida pronta e encaminhada. Não é assim, hoje estamos festejando e amanhã tudo pode desmoronar. Um pode não conseguir nada e outro pode desviar totalmente da carreira escolhida. Uma paixão forte pode não ser aquilo que motiva tanto agora quanto motivava antes.

E no caso de Em e Dex, os dois se gostam de verdade, mas há uma questão que varia muito e está sempre entre eles: a vida. Dexter é o típico cara que não liga para nada, nada mesmo, só quer viver o agora aproveitando tudo e que se dane o amanhã. Emma já pensa mais no amanhã do que viver o agora. Polos opostos.

Imagem: Pinterest

David Nicholls não está trabalhando com questões óbvias. O que vi em seus livros é que ele trabalha com a realidade como pode. Não precisa esperar finais cheios de flores e unicórnios, você pode se decepcionar.

É este tipo de romance que eu gosto bastante de ver. Há uma quebra de expectativa em que você fica meia hora repetindo: MAS O QUE RAIOS FOI ISSO? E depois se vê aplaudindo a coragem de mostrarem a vida como ela realmente é.  É uma coisa que venho sempre querendo falar sobre o livro "O Substituto" também de David, onde ele não te dá o felizes para sempre, ele meio que joga para você a oportunidade de imaginar o que acontece a partir dali. Não é bem um fim, não é porque o livro acabou que a vida dos personagens acabou também.


Imagem: We Heart It
O filme tem cenários maravilhosos, as passagens dos anos acontecem de forma tranquila, nada brusca e muito bonita. Ah, deixa eu repetir que os cenários... hahaha eu preciso reforçar isso, já que foi gravado no Reino Unido e em Paris.

Já falei dos cenários?

Ah, não posso deixar de comentar sobre o figurino e maquiagem. Sim, eles conseguiram envelhecer Anne e Jim vinte anos, a transformação é impressionante. Quando vemos um Dexter mais velho e o filme manda um flash daquela época de adolescente nos anos 1980, a gente fica: COMO É? Sério, maravilhoso o trabalho.

O sotaque de Anne fica meio carregado demais às vezes, mas eu não sei fazer sotaque inglês então nem tenho direito de opinar (#paz). Eu só consigo repetir durante todo o filme que parece que David ao escrever o livro já imaginava esses dois no papel principal. Não tem lógica essas atuações sensacionais.

Sim, eu vou fazer uma resenha completa do livro ainda, aliás, de todos os livros de David futuramente, e você pode conferir a resenha que fiz sobre o livro mais recente, "Nós", clicando aqui. Bom que posso usar como desculpa para reler pela nonagésima vez cada um.

NAMORE ALGUÉM QUE TE OLHE COMO ESSES DOIS SE OLHAM.
Imagem: Fanpop
One Day é um filme que dói sim, é daqueles filmes que quando acaba você fica meio pensando na sua vida e em tudo que vem fazendo de errado. É maravilhoso. Não me decepcionei com a adaptação, achei linda e bem fiel ao livro na medida do possível - e vocês sabem que eu sou bem chata no quesito adaptação.

Espero que gostem do filme pelo menos um pouquinho do que eu gosto também HAHA, de verdade.

Nos vemos na próxima!

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