Sempre as mesmas perguntas... Mas tudo bem. Pra quem já ouviu "Chaplin não falava, era um cara mudo", está tudo sob controle (eu acho).
Título: Monsieur Verdoux
Título Original: Monsieur Verdoux
Ano: 1947
Direção: Charles Chaplin
Gênero: Comédia, Drama
P&B - 214 min
Inicialmente a gente finge não estar feliz pelo fato de o título original ter sido mantido no Brasil. Até por que, qual seria o motivo de mudar já que era o nome do personagem principal?
Ok, ok. Vamos ao filme.
Este filme baseia-se na história de um barba azul real (Henri Désiré Landru) que casava-se com mulheres, pegava a herança delas e as matava em seguida. A ideia original de fazer um filme biográfico sobre Henri veio de Orson Welles, e Chaplin deu os devidos créditos a ele no início do filme.
Henri Verdoux, nosso personagem principal, trabalhou por 35 anos como caixa de um banco, e de repente se vê desempregado. Ele tem esposa e um filho, aos quais ele ama muito, e em um momento de desespero sem conseguir novo trabalho, começa a seduzir mulheres de meia idade que possuem algum tipo de posse - joias, dinheiro, terras - para então matá-las e ficar com o dinheiro. Uma de suas vítimas tem uma sorte imensa, já uma outra, a família não desiste de procurá-la - e este é um ponto perigoso para Verdoux.
"Garota: Me fale de você.Henry: Prefiro falar de coisas agradáveis."
Source: Tumblr |
Henri usa o dinheiro das falecidas para aplicar na bolsa de valores, e com os rendimentos, poder sustentar sua família. 12 mulheres desapareceram em apenas 3 anos, e é como o próprio Verdoux começa dizendo: "what follows is history". Podemos ver o humor pesado quando duas mulheres conversam sobre não poderem sequer estender as roupas no varal, já que o incinerador de Henri está ligado há dois dias. Fazemos aquele comentário interno: "haha, mal sabem elas o que está sendo incinerado", e segundos depois um "opa!" estala como uma lâmpada que acabou de se acender.
Ou quando Verdoux é frustrado em todas as suas tentativas de assassinar uma das esposas, que parece andar com toda a sorte do mundo grudada em seu pescoço. (É errado, mas a gente ri).
"Um assassinato faz um vilão; milhares fazem um herói. A quantidade santifica, meu amigo." - Henri Verdoux
Charlie e Martha Raye em uma das tentativas frustradas de se matar a esposa. Source: Giphy |
PS: Se você quiser vê-la por completo no filme sem já ir sabendo o que ele diz, é só pular a citação e continuar lendo o post!
"Por mais descuidado que o Sr. promotor tenha sido, ao menos reconheceu que eu tenho um cérebro. Obrigado Monsieur, eu tenho. E durante 35 anos eu o usei honestamente. Depois disso, ninguém o quis. Me vi obrigado a trabalhar por conta própria. Quanto a ser um assassino em massa, o mundo não incentiva isso? Não fabricam armas de destruição com o propósito de matar em massa? Não mandam mulheres e crianças indefesas pelos ares? E o fazem de forma muito científica. Por comparação, sou um assassino em massa amador. No entanto, não desejo perder as estribeiras porque muito em breve vou perder a cabeça. Apesar disso, estando prestes a deixar esta efêmera passagem na terra, tenho isto a dizer. Irei vê-los a todos muito em breve. Muito em breve.".
I SHOULD SEE YOU ALL VERY SOON. VERY SOON. (Aquela cena que você asiste e no final diz: OLOCO) |
Charlie foi uma pessoa que relutou muito em fazer um filme falado. Prova disso, é Tempos Modernos, um filme mudo, que foi lançado nove anos depois de o primeiro filme falado ter sido lançado, The Jazz Singer. Porém, Chaplin ao render-se e fazer filmes com som, sempre impactava com suas mensagens. Aliás, ele fazia isso sempre mesmo com seus filmes mudos, porém suas falas icônicas em filmes como The Great Dictator, Monsieur Verdoux, Limelight, A King in New York... São insuperáveis. Ele usava o dia a dia para fazer suas sátiras, fazer rir com aquilo que possivelmente não se poderia rir.
Monsieur Verdoux é um filme longo, mas é o que eu sempre digo sobre filmes que conseguem passar bem sua mensagem: vale a pena. Vale a pena conhecer a história de Henri. De verdade.
- Que conversa é essa sobre o bem e o mal?
- Forças arbitrárias. O excesso de uma ou de outra nos destrói.
- O bem nunca é demais.
- O problema é que nunca tivemos o suficiente. Não sabemos.
Melhor gif? Melhor gif. Source: Giphy. |
Por hoje vou ficando por aqui, se eu pudesse ficaria falando sobre este filme por horas e horas. Espero que assistam, e que gostem dessa produção que eu amo tanto.
Nos vemos no próximo post, até lá!
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